INTRODUÇÃO
A pesquisa
pretende identificar hábitos seculares que têm invadido as Igrejas e destruído
a prática do verdadeiro culto ao Senhor Todo Poderoso, bem como mostrar como
eram organizados os cultos nos períodos do Antigo e Novo Testamento. Ao final
desta deveremos entender e praticar o verdadeiro culto Racional.
Palavras
– chave: Culto, Racional, Secular, Louvor.
CONCEITO DE CULTO.
[
Do lat.
Cultus, veneração] Tributação voluntária de louvores e honra ao criador.
·
O
CULTO NA ATUALIDADE.
O culto está realmente
passando por uma secularização. Temos observado nas igrejas o que podemos
chamar de verdadeiro mundanismo ou culto insano, aprendemos que o verdadeiro
culto envolve toda uma predisposição espiritual, aquele que se aproxima de Deus
para oferecer-lhe um culto deve estar ciente e consciente de tudo aquilo que
vai fazer. Nunca o mundo esteve tão dentro das igrejas, e as igrejas tão
mundanas. Não existe mais distinção entre shows e cultos de “adoração ao
Senhor”. Em muitos eventos organizados por denominações “Evangélicas”, é fácil
verificar um grande ajuntamento de pessoas, em sua maioria jovens, utilizando
de gritos típicos de torcidas organizadas, utilizando camisetas com inscrições
em apologia a bandas de “Rock inRoll”, alguns utilizam-se das chamadas bebidas
sem álcool, ou seja, qual a diferença disto para um culto a satanás?
Nos “cultos- Shows” não há espaço para a
exposição da palavra de Deus, mesmo porque o que se vai cultuar ali não é o
verdadeiro Deus, mas, o homem, “o artista de Jesus”, que sempre com algumas
palavras motivacionais leva o público ao êxtase, é fácil ouvir nestes tipos de
reuniões frases do tipo:“ Sai do chão,
Vamos pular para pisar a cabeça do diabo, vamos requerer de Deus tudo aquilo
que o diabo nos tomou, aqui nesta noite(Tarde ou manhã) a sua Vitória já está
garantida, dê um urra para Jesus.
Paulo
escrevendo a Timóteo já o advertia quanto a estas coisas que hoje têm minado o
“alicerce” da Igreja do Senhor. IITm 4.3,4.Está
escrito.” Porque virá tempo em que não sofrerão as sã doutrina ; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão
os ouvidos da verdade, voltando as fábulas.”
·
Música
no culto da atualidade.
Foi introduzido nas igrejas o chamado “Novo
Louvor”, que tem como objetivo secularizar a música cristã, os defensores deste
tipo de louvor dizem que os louvores do passado são muito difíceis de entender,
e que os jovens precisam de coisas mais atuais para conhecer a Deus. Quando se defende coisas desse tipo
esquecemos-nos do que diz a Santa Palavra do Senhor. Heb. 13.8. “Deus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente”.
No momento em que eu concordo que precisamos de coisas novas para servir ao
Senhor, estou menosprezando os escritos Sagrados e criando para mim uma nova doutrina
e um novo cristo (Com dê minúsculo mesmo).
·
Princípios
desprezados nos Louvores (Músicas) Atuais.
I.
Louvor
(Música) Estético(a). Desprezam a presença de Deus. É
um requisito Divino de que o louvor seja exclusivamente em Espirito e em
verdade. EV.João(4.23,24).
A
forma de louvor como culto nos tem apresentado o que podemos chamar de
verdadeira arte “circense” onde os “artistas de Jesus” entram em suntuosos
palcos, com suas roupas extravagantes e começam a gritar palavras de ordem para
o público, que de forma ignorante repete tudo o que lhe é mandado, nestes tipos
de cultos fica evidente a performance do ser humano, em momento algum Deus é
louvado, é o verdadeiro culto irracional, onde estão ausentes a capacidade de
raciocínio, o conhecimento da Palavra de Deus e o Verdadeiro temor á Deus.
II.
Louvor
(Música) Extasiante. Desprezam a presença do Espirito Santo como condutor de
Nossas vontades. SL. 33.3. Diz” Tocai bem e com júbilo. O Salmista orienta a tocar com arte e
técnica .
Este
tipo de louvor (Música) promove um substituto para o louvor racional. Este tipo
de louvor (Música) tem como objetivo o estimulo das emoções, a fim de produzir
um estado emocional exaltado e artificial. Esse tipo de adoração procura
atingir um caloroso sentimento de felicidade, uma grande empolgação e, até, uma
sensação da presença de Deus. Uma verdadeira loucura em nome da adoração,
algumas religiões indianas utilizam-se das mesmas técnicas; muito movimento,
gritarias
intermináveis a fim de tirar a completa
consciência do individuo, e assim fazer dele o que quiser, na igreja está
diferente?
III.
Louvor
(Música) Profano(a). Desprezam a Santidade do Nosso Deus. O
grande desvio dos princípios Bíblicos com relação ao culto na atualidade, consiste
em não observar o enorme abismo entre o Sagrado e o profano, de modo que as
diferentes formas e entretenimento mundano são importadas para a igreja e
usadas na adoração a Deus. Que tal
participar de um culto onde os músicos tocam “Rock de Jesus, Funck Gospel,
Pagode Gospel?.
São
ritmos profanos que foram introduzidos nas igrejas sob a égide do “não tem nada
a ver”, alguns chegam ao cúmulo de citar o Salmo 150 para dar azo as suas
loucuras.
O que quer dizer “culto
racional” em Romanos 12:1?
Apresentar os nossos corpos a Deus é o nosso “culto
racional” (Romanos 12:1). Qual o significado desta expressão? Para entender o
termo usado por Paulo, devemos compreender as duas palavras que ele empregou.
Culto traduz uma palavra grega (latreia) que
aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada
2ª Edição, é traduzida “culto”
em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço. Pode ser o serviço
de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em
Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. Assim, a palavra
culto, em nosso uso hoje, corretamente descreve o serviço dado ao Senhor quando
cristãos o adoram. Mas, a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência
que honre o nome de Deus.
Racional vem da palavra grega logikos.
Nesta palavra, não é difícil ver a ideia da lógica ou raciocínio. Este adjetivo
aparece, no Novo Testamento, somente aqui e em 1 Pedro 2:2, onde descreve o
leite espiritual. A forma do substantivo (logos),
porém, aparece mais de 300 vezes no NT, e é traduzida por termos
como palavra, conta, ensinamento, modo, ditado, testemunho, verbo,
etc. A ideia principal tem a ver com discurso e raciocínio.
O que é, então, o nosso culto racional? Uma vez que
entendemos o que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em
obediência e serviço. O uso da palavra “pois” em Romanos 12:1 mostra que este
serviço razoável se baseia nas coisas ditas anteriores. Paulo acabou de falar
sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos deu a salvação de
graça (Romanos 11:33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.
Romanos 12:1 frisa um fato importante no estudo da palavra de
Deus. O Crente deve ter uma vontade sincera por agradar a Deus, no amor, na
devoção, no louvor, na santidade e no viver. O conhecimento da palavra de Deus
exige uma aplicação prática : “Tornai-vos, pois, praticantes da
palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1.22)
Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso
corpo em sacrifício vivo, Santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. RM 12.1.
O termo ‘racional’ remete a raciocínio. Parece bastante óbvio. Assim
como também, por associação, se entende que somente os seres humanos podem
apresentar tal culto, visto que somente eles possuem raciocínio. Os anjos
também possuem raciocínio, porém, por natureza não possuem corpo, visto que são
espíritos (Hebreus 1:14). Paulo está falando aqui exclusivamente à igreja.
O vocábulo correspondente na versão
original o grego “logikên latreian”, ou seja, ‘culto racional’, também pode ser
entendido, sem prejuízo, como ‘culto lógico’. De fato, há lógica na
racionalidade e vice-versa. Quem acha que essas coisas trazem prejuízo à fé,
precisa rever seus conceitos.
O que Paulo está querendo dizer à
igreja de Cristo?
Por suas colocações vemos que há uma
preocupação do apóstolo em mostrar aos irmãos a necessidade de que se realmente
entenda a natureza de tudo isso, no caso, a igreja.
Por que estou aqui? Quem me trouxe
aqui? O que vim fazer aqui? O que estão me ensinando é verdade? São
questionamentos que todos os crentes deveriam se fazer até que encontrassem
respostas racionais para todos eles.
O contrário de culto racional é culto
irracional. Ou seja, algo que é feito instintivamente, sem critérios ou razões
que justifiquem os procedimentos adotados. Em um culto assim é praticamente
impossível se seguir o que está escrito: “Tudo, porém, seja feito com decência
e ordem” (I Coríntios 14:40) . É impossível que haja qualquer um dos dois
componentes pedidos sem que se entenda a natureza de cada um. E é preciso
racionalidade para que isso aconteça. Por isso Deus nos fez diferentes das
demais criaturas, ou seja, nos criou à sua imagem e semelhança: para que o
adorássemos em espírito e em verdade, conscientes de nosso ato e de nossa
missão de adoradores.
O reino de Deus é um reino de decência
e ordem. Não há espaço para improvisos de última hora. A construção da arca e
do tabernáculo comprovam a mensagem de organização que Deus quer nos ensinar.
Até na salvação haverá ordem (I Coríntios 15:23).
Esse é o padrão que deve ser perseguido
pela igreja de Cristo. Deus se agrada de uma obra organizada.
Em dias atuais podemos identificar como
grande adversário desse padrão, o excesso de emocionalismo que tem se alastrado
no meio cristão. A busca incessante pelo êxtase e pela experiência sobrenatural
e anti-biblica, a incorporação de ‘anexos’ doutrinários à Palavra de Deus, como
se esta não fosse suficiente e os modismos importados recheados de técnicas
mirabolantes de quebra de maldições e encontros obscuros são os componentes
deste fim de séc. XX e início de séc. XXI.
O que não é uma surpresa, Paulo
já alertava que essas coisas fatalmente aconteceriam (I Timóteo 4:1).
Nesse caldeirão doutrinário sem
consistência – já que não se sustentam biblicamente – as pessoas estão se
dirigindo às igrejas sem saber exatamente o que vão fazer por sua
espiritualidade. Vão dançar, cantar, aplaudir, gritar, enfim, sem entrar no
mérito dessas questões, quase sempre falta o elemento principal: a Palavra de
Deus. Entram e saem alegres e exaustas. O problema é: entenderam a mensagem? A
palavra que foi pregada edificou suas vidas? Deus falou com elas através de seu
evangelho? Se à maioria dessas perguntas as respostas forem algo como “acho que
sim”, algo está fora do lugar.
Cultos de estudo são sempre vistos como
‘enfadonhos’ e ‘entediantes’. Já pensou, passar quase uma hora apenas consultando
referências na Bíblia? Que chato, não? Agora observe Neemias 8:3 “E leu no livro, diante da praça, que está fronteira à
Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres e os
que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.”
Estudo bíblico das seis da manhã até o meio-dia. Após isso, inclinaram-se,
e adoraram o Senhor com o rosto em terra. Que lindo, não?
Uma proposta dessas nos dias de hoje
seria impensável. Mas se o trabalho for uma celebração com um nome da moda, aí
somente um dia inteiro é pouco.
A questão é que não há culto racional
sem o entendimento da Palavra. Os ‘avivalistas’ de plantão trocam a bíblia por
apostilas preparadas especialmente para direcionar as pessoas para a conclusão
que lhes interessa. Seguem o exemplo das testemunhas de Jeová. Alguém já viu um
deles evangelizando com uma bíblia em punho? Não, só vão às ruas com exemplares
de ‘sentinela’ e ‘despertai’ ou, quando muito, com seus livretos particulares.
Por isso Paulo fala em ‘sacrifício
vivo’. Ou seja, sacrifício da vontade da carne para fazer a vontade de Deus. E isso requer dedicação
à sua Palavra
e não somente
áquilo que dá prazer, como por exemplo,
ir para um
retiro. Requer decência , ordem, Compromisso e organização.
Parece que uma excelente maneira de se aferir o
crescimento na "graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo"
é pelo quanto somos gratos ao Senhor no dia a dia. Mas, sem dúvida alguma, tal
crescimento se torna mais excelente e saudável, quando louvamos nosso Deus pelo
que Ele fez ou está fazendo em favor de outros irmãos.
·
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A tipologia de Jesus no livro de Levítico está nas cinco ofertas e nas
Festas Judaicas do Lv. 23. Ali, Deus, deu as instruções sobre o cerimonial de
Levítico que representa todos os detalhes da obra de Jesus Cristo na cruz.
Levítico é dedicado à adoração de Deus pelo povo resgatado, como se vê pela
frequente ocorrência das palavras relacionadas com santidade e sacrifício. As
cinco ofertas são descritas nos capítulos 1 a 7 e explicam tudo que foi
realizado no calvário. Não há nenhum livro do Velho Testamento que nos faça
melhor compreender o novo e da mesma forma nos conduzir a cruz, que o de
Levítico. Ele é o “Evangelho do Velho
Testamento”. Se quiser perceber, do modo mais claro possível, a relação vital
entre o velho e o novo Testamento, estude esse livro. Se quiser adquirir um
sentimento mais profundo de horror ao pecado e entender a sua hediondez, estude
Levítico. Se desejar entender mais enfaticamente a necessidade da cruz, estude
Levítico. Se desejar adquirir uma apreciação mais profunda da santidade, da
misericórdia e da graça de Deus, então comece a estudar os fatos a respeito das
cinco ofertas. O livro começa com a voz do Senhor chamando Moisés da Tenda da
Congregação Lv 1.1. Todas as ofertas foram ordenadas ainda que fossem
voluntárias. As cinco ofertas em ordem:
1 – O Holocausto. Com sangue, Lv 1.1-17
e 6.8-13.
2 – A Oferta de Manjares. Sem sangue,
Lv. 2.1-16 e 6.14-23.
3 – A Oferta Pacífica. Com sangue, Lv.
3.1-17 e 7.11-34.
4 – A Oferta pelo Pecado. Com sangue,
Lv. 4.1-35.
5 – A oferta pela Culpa. Com sangue, Lv
5.14-19.
1- Cristo como Holocausto. Lv 1.3, oferta queimada –
Holocausto – A primeira oferta descrita em Levítico é o Holocausto. O termo
hebraico para Holocausto é “Olah”, que significa “fazer subir”. Na vulgata
aparece como holocaustum. O sentido geral da oferta é que ela subia
para Deus como cheiro suave e era totalmente queimada. Em primeiro lugar
tipificava Cristo oferecendo-se sem mácula a Deus tinha satisfação em fazer a
vontade do Seu Pai, ainda que na morte. Em segundo era um sacrifício expiatório.
O crente não teve este prazer na vontade de Deus. E em terceiro foi
substitutivo (v.4) porque Cristo o fez em lugar do pecador. Em Levítico 1.3-5
observa-se: “sacrifício queimado” e “voluntário” para que fosse aceito. As
exigências de Deus quanto aos animais que eram aceitos para os sacrifícios
estão reiteradas em Lv 22.18-20, 22, 24-25 e indicam que estes sacrifícios
deveriam ser fisicamente perfeitos. Os quatro tipos de animais tipificavam a
obediência perfeita de Cristo. São eles:
a – O novilho – Tipo de Cristo como servo paciente e sofredor (ver Hb
12.2,3). Obediente até a morte (ver Is 53.1-7 e Atos 8.32-35).
b – O cabrito – Tipo do pecador (ver Mt 25.33, 41-46).
Sacrificialmente, Cristo foi contado entre os transgressores (ver. Is 53.12).
Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós (II Co 5.21). O Santo
de Deus foi feito “maldição” em nosso lugar (Gl 3.13) quando foi pregado na
cruz.
c - As aves: rola e pomba – São naturalmente símbolos da inocência (Is
38.14, 59.11, Mt 23.37, Hb 7.26). Estão associados com a pobreza em
Lv 5.7, 12.8 e falam dEle que por amor a nós se tornou pobre (Lc 9.58). Esse
caminho voluntário para a pobreza começou quando se esvaziou de Sua glória
pré-encarnada e terminou no sacrifício através do qual nos tornamos ricos (II
Co 8.9, Fp 2.6-8, Jo 17.5).
Em
Levítico 1.8-9, fala das ofertas queimadas de aroma agradável. São assim
chamadas porque tipificam Cristo em Suas próprias perfeições e em Sua devoção
afetuosa para com a vontade do Pai.
Estes graus de sacrifício típicos
testam a medida de nossa apropriação dos variados aspectos do único sacrifício
de Cristo na cruz. O cristão amadurecido vê o Cristo crucificado em todos estes
aspectos.
2 – Ofertas de Manjares descritas em Lv 2.1-16, 6.14,23, Sl 16.
Muitas são as características dessas
ofertas nos seus aspectos:
a – Flor de Farinha. Descreve a uniformidade e equilíbrio do caráter de
Cristo. Para que se obtivesse uma farinha de qualidade, era necessário um
esmagamento do trigo. Isto faz lembrar o sofrimento de Jesus na cruz.
b – O fogo. Descreve a prova de Seu sofrimento até a morte.
c –
O incenso. Descreve a fragrância de Sua vida diante de Deus. Em Ex
30.34 se observa também Sua pureza infalível.
d – A ausência de fermento. Tem a ver com Sua atitude para com a
verdade (Jo 14.6).
e – A ausência de mel. Tem a ver com a origem de Sua doçura. Esta não
era natural. A natural pode existir totalmente à parte da graça.
f – O azeite misturado. Simboliza Cristo nascido do Espírito Santo (Mt
1.18-23).
g – O azeite por cima. Simboliza o batismo com o Espírito Santo (Jô
1.1-32, 6.27).
h – O forno. Simboliza o sofrimento invisível de Cristo. Sua agonia
interior (Mt 27.45,46, Hb 2.18).
i – A assadeira. Tem a ver com os Seus sofrimentos mais evidentes (Mt
27.27,31).
j – O sal. Explicita a pungência da verdade de Deus àquilo que impede a
ação do fermento. O sal é um elemento tão importante que além de preservar,
simboliza a eterna e incorrupta aliança com Deus.
3 – Ofertas Pacíficas. Lv 3.1-17, 7.11-33 e Sl 85.
Toda a obra de Cristo em relação a paz
do crente está aqui tipificada. Representa a oferta pacífica – a comunhão com
Deus. Cristo:
a – Fez a paz (Cl 1.20)
b – Proclamava a paz (Ef 2.17).
c – Ele é a paz do cristão (Ef 2.14).
Em Cristo, Deus e o pecador se encontram em paz. Porque? Por que Deus é
propício e o pecador é reconciliado. Ambos são igualmente satisfeitos com o que
Cristo fez. Tudo isto tem o preço de sangue e fogo. Veja os detalhes dessa
oferta. O termo “pacífico” traduzido é “shelami” do verbo “shalom” e significa
ser completo, estar em paz, fazer paz. Por outro lado, podia reafirmar a
comunhão com Deus. Era a festa de comunhão daqueles que andavam em harmonia com
o Senhor, com o próximo. Eis os motivos da oferta pacífica: ações de graça,
votivas e volutárias. O banquete, como ponto alto da oferta, fala da comunhão,
da paz, da harmonia. E o fato de se comer desse banquete junto, tipifica a
união entre Deus e o homem. A oferta pacífica é apresentada como alimento
próprio dos sacerdotes (Lv 7.31-34). Observe que é do peito (os afetos) e dos
ombros (a força) que os cristãos como sacerdotes (I Pe 2.9), se alimentam em
comunhão com o Pai. Em Lv 7.11-13 inspira o cristão a apresentar uma oferta de
gratidão a Deus (Rm 12.1).
4 – Oferta pelo Pecado. Lv 4.1-35.
A oferta pelo pecado simboliza
Cristo sobrecarregado com o pecado do crente. Isto é Cristo ocupando
absolutamente no lugar do pecador. É a morte de Cristo conforme vista em Is 53,
Sl 22, Mt 26.28, I Pe 2.24. Ele foi feito pecado pelo pecador. As ofertas pelo
pecado são expiatórias, substitutivas e eficazes, conforme Lv 4.12, 29, 35. A
oferta pelo pecado é queimada fora do arraial e tipifica o aspecto da morte de
Cristo.
Passos do ritual do sacrifício pelo
pecado:
a – Apresentação da vítima. Conforme Lv
4.4, 14, 23, 28. É a decisão do devedor.
b – A imposição da mão. Conforme Lv
4.4, 15, 24, 29 simboliza a confissão do pecado.
c – O ato de imolar o animal. Conforme
Lv 4.4, 15, 24, o pecador tem um substituto.
d – A apresentação do sangue. Conforme
Lv 4.4-7, 16-18, 25, o pecador é favorecido pelo sangue.
e – A gordura queimada do animal. Tudo
agora pertence a Deus (Rm 12.1).
f – O tratamento da carne do animal.
Conforme Lv 4.11,12, significa vida limpa, santidade completa (Rm 8.3).
5 – Oferta pela Culpa.
Tem em vista a injúria que o pecado
opera. igualmente, a oferta pelo pecado tem em vista a culpa do indivíduo.
Aqui se considera a dívida de cada ser
humano por direito para com Deus conforme Lv 5.6 e Sl 51.
Diferenças entre a oferta de pecado e a
oferta de culpa: O pecado, aqui, significa condições de impureza e
fraqueza. Já a culpa, é um ato, uma dívida. O pecado é a natureza má. A culpa é
o erro. O pecado torna o pecador rejeitado por Deus pelo que é. A culpa pelo que
ele faz (Is 41.24). Este é o valor do homem para Deus, menor do que nada.
Por isso precisa da oferta de pecado, para se habilitar perante Deus. As obras
dos homens perante Deus nada valem. Por isso ele precisa da oferta de culpa
para pagar sua dívida. Por tudo isso, Deus fez Jesus Cristo, Seu Filho,
pecado por nós. Ler Hb 9 e 10 e II Co 5.21. O Salmo 69 é o Salmo da oferta de
culpa. O valor da obra de Cristo no calvário, cumpriu simbolicamente em todas
as ofertas de Levítico.
·
O CULTO ANTES DA LEI
Antes da
formação do povo de Israel e da entrega da lei, já se tinham formas de
adoração. Nas escrituras sagradas, a primeira menção efetivamente feita sobre
um culto no antigo testamento é a de Gn: 4. 2 – 7. Não se sabe o tempo nem o
local em que fora ofertado o culto, porém sabe-se claramente que o de Caim foi
rejeitada e a de Abel aceito. Neste primeiro relato bíblico acerca de um ato
efetivo de adoração, encontramos Caim trazendo uma oferta ao Senhor, fruto da
terra, e Abel trazendo dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (Gn:
4. 3, 4). Diz a Bíblia que a oferta de Abel foi vista por Deus, pois ele deu o
melhor. Sobre esse episódio, o Dr. Russell Shedd comenta que a oferta de Abel
agradou mais do que a de Caim, não porque tivesse cumprido as exigências
materiais, mas porque o coração de Abel estava em harmonia com o coração de
Deus. (SHEDD, 2001, p.46) Esta é uma indicação primitiva no texto bíblico que
aponta para a necessidade de que o adorador adore em espírito e verdade. As
escrituras não fazem nenhuma menção de como fora a liturgia deste culto: não é
registrado se eles oraram, se cantaram, ou se falaram alguma palavra, mas, o
mais importante está registrado: a atitude divina diante deste culto. Não se
tem também nenhum registro de algum sacrifício antes deste episódio e
desconhece-se tal atitude nesta época.
·
O CULTO DEPOIS DA LEI
Moisés
inaugurou uma nova etapa nas práticas de cultos dos primeiros servos de Deus.
Começou quando ele conduziu o povo de Israel para fora do Egito, e se estendeu até
a era dos juízes. Durante os tempos dos juízes, o povo de Deus ainda adorava em
tendas e em tabernáculo. Somente quando Davi foi coroado rei, que se fizeram
planos pára a construção de um templo. Houve uma série de atividades
acrescentadas nesta nova etapa. Quando Deus entregou os Dez Mandamentos a
Moisés, deixou bem claro o seguinte:
Não
terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem
alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor
teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem. (Êxodo 20.3-5)
Neste
texto encontramos as palavras encurvarás e servirás,
as quais significam atitude de culto. O serviço como culto, traduzido do grego,
significa serviço sacerdotal. Serviço também pode ser tradução de “latreia”, encontrado no texto
de Mateus 4.10, quando Jesus rebate a Satanás, dizendo: “...Vai-te, Satanás,
porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Neste texto,
o servirás vem de “latreuseis”, enquanto que o adorarás vem de“proskuneseis”, que é
também uma palavra grega com significado de culto. Começa assim a descrição de
uma série de outras ordens para a realização do culto pós-lei.
·
O CULTO NO NOVO TESTAMENTO.
As mudanças do culto no novo testamento só foram realizadas com o
estabelecimento oficial do cristianismo em contraste com o judaísmo. No tempo
de Herodes, o grande, filho de Herodes Antipatro, a quem Júlio César, imperador
romano, no ano de 47 a.C, escolheu para governar a Judéia. Herodes, o grande,
anunciou a construção de um terceiro templo em Jerusalém. Sacerdotes,
especialmente treinados, foram designados para acompanhar as etapas desta
construção, a fim de terem a certeza de que o novo templo estaria de acordo com
a planta dada a Moisés.
Durante as perseguições e exílios de Israel, muitos dos judeus estavam
muito distantes de Jerusalém para cultuarem. Mas eles não deixaram de cultuar e
estabeleceram os cultos nas sinagogas locais. Os cultos então, nos tempo de
Jesus eram realizado nas sinagogas e no templo. Jesus e os apóstolos
participaram de ambas (Mt: 4.23; 23.6; 23.1; 12.6; At: 15.21; 17.17; 26.11). No
templo eram realizadas as festas mais importantes em Israel, e todo o ritual de
sacrifícios mosaicos. Nas sinagogas eram realizados os cultos no dia de sábado,
estudo da lei, orações, leituras dos profetas e as bênçãos.
Com a ascensão de Cristo, os cristãos
tomam uma nova postura no sistema de culto. Eles trocaram as sinagogas judaicas
pelo templo e pelas casas dos crentes. Em todo o novo testamento tem-se uma
infinidade de textos que demonstram estas reuniões (Lc: 24.53; 2.46; 5.42;
20.7,8; I Co: 16.19; Fl: 2).
Enquanto que no judaísmo o local, e o
ritual eram extremamente seguidos, na nova aliança uma outra roupagem
revestiu o culto cristão.
Jesus encontra a mulher samaritana
junto ao poço. Ele lhe oferece água viva, a qual ela deseja. Mas Jesus traz a
tona alguns problemas que ela estava enfrentando nos seus dias: já tivera cinco
maridos, e o que agora estava vivendo não era o seu. Ao ouvir isto, ela muda
totalmente o foco da conversa, e passa da moralidade para a religião,
perguntando se o lugar certo para a adoração era em Samaria ou Jerusalém (Jo:
4.20). Jesus inicia sua resposta afirmando que dias chegariam que nem naquele
monte, nem em Jerusalém o pai seria adorado. Apesar disto Jesus se alinha aos
judeus dizendo que eles adoram o que não conhecem; nós (os judeus) adoramos o
que conhecemos, por que a salvação vem dos judeus (Jo: 4.22). Nestes aspectos,
pode-se tirar a conclusão de que conhecimento conta na hora do culto. Os
samaritanos, e por implicação todo o povo, precisam olhar para os judeus, em
particular para o livro dos judeus (velho testamento), a fim de aprenderem como
adorar a Deus. Então Jesus repete a substância do verso 21 acrescentando: “mas
vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pai em
espírito e em verdade; Deus é espírito, e importa que os verdadeiros adoradores
o adorem em espírito e em verdade”. (Jo: 4.23,24).
Jesus, neste texto, acaba com todo o ritual do velho testamento em
centralizar a adoração em lugares e coisas. Ele está marginalizando o aspecto
exterior e está dando importância ao interior. Se o lugar não tem mais
importância, todo o sistema está ultrapassado. Em Jerusalém ficava o templo com
os sacerdotes, o altar e os sacrifícios. Contra todas estas formas estereotipas
e tipológicas da verdadeira adoração, surge um novo pacto de adoração que é
agora oferecido em ‘espírito e em
verdade’. Isto significa que, por
Deus ser espírito, a adoração deveria ser realizada no coração, espírito e motivações corretas (em espírito), e estar de acordo com a
revelação divina (em verdade). Isto implica dizer que, na adoração,
Há o lado do coração e o lado do conteúdo, da forma. Ambos são
inseparáveis e necessários. Simplesmente não interessa apenas sinceridade, mas
a forma de expressão é um item necessário. Vários exemplos de sinceridade são
demonstrados em toda a bíblia em relação à adoração, mas muitos deles foram
reprovados (Gn: 4. 2 – 7; I Rs: 18.25 – 29).
Conclusão.
A missão de apresentar a Deus um culto racional carrega em seu bojo
uma grandíssima quantidade de atitudes, tanto Espirituais, como também físicas.
Vivemos em um mundo completamente corrompido, onde as bases do
verdadeiro culto racional foram desviadas, não há mais a mínima noção do que é
adoração a Deus. O que se tem visto nos púlpitos das igrejas é uma verdadeira
baderna, homens formadores de doutrinas para si mesmos, louvores completamente
corrompidos onde suas letras visam sempre, prosperidade, riqueza, etc. Nestes
tipos de adoração, Deus tornou-se apenas um objeto em segundo plano. O que
fazer?
Bibliografia.
Bíblia Sagrada. ARC.
Dicionário Teológico.
Corrêa de Andrade,Claudionor.
Evangelhos que Paulo
jamais pegaria. Sanches Zibordi,ciro.
Louvor em crise.
Masters, Peter.
Sitios. Pr. Cândido Diniz, Ananias
Drº. David Clines
charlessilva73@yahoo.com.br-Mestre em Teologia. Fast Filemon-Faculdade Superior de Teologia,
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