quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Culto Racional.



INTRODUÇÃO

            A pesquisa pretende identificar hábitos seculares que têm invadido as Igrejas e destruído a prática do verdadeiro culto ao Senhor Todo Poderoso, bem como mostrar como eram organizados os cultos nos períodos do Antigo e Novo Testamento. Ao final desta deveremos entender e praticar o verdadeiro culto Racional.   

Palavras – chave: Culto, Racional, Secular, Louvor.









CONCEITO DE CULTO.
[ Do  lat.  Cultus, veneração] Tributação voluntária de louvores e honra ao criador.
·         O CULTO NA ATUALIDADE.
   O culto está realmente passando por uma secularização. Temos observado nas igrejas o que podemos chamar de verdadeiro mundanismo ou culto insano, aprendemos que o verdadeiro culto envolve toda uma predisposição espiritual, aquele que se aproxima de Deus para oferecer-lhe um culto deve estar ciente e consciente de tudo aquilo que vai fazer. Nunca o mundo esteve tão dentro das igrejas, e as igrejas tão mundanas. Não existe mais distinção entre shows e cultos de “adoração ao Senhor”. Em muitos eventos organizados por denominações “Evangélicas”, é fácil verificar um grande ajuntamento de pessoas, em sua maioria jovens, utilizando de gritos típicos de torcidas organizadas, utilizando camisetas com inscrições em apologia a bandas de “Rock inRoll”, alguns utilizam-se das chamadas bebidas sem álcool, ou seja, qual a diferença disto para um culto a satanás?
   Nos “cultos- Shows” não há espaço para a exposição da palavra de Deus, mesmo porque o que se vai cultuar ali não é o verdadeiro Deus, mas, o homem, “o artista de Jesus”, que sempre com algumas palavras motivacionais leva o público ao êxtase, é fácil ouvir nestes tipos de reuniões frases do tipo:“ Sai do chão, Vamos pular para pisar a cabeça do diabo, vamos requerer de Deus tudo aquilo que o diabo nos tomou, aqui nesta noite(Tarde ou manhã) a sua Vitória já está garantida, dê um urra para Jesus.
Paulo escrevendo a Timóteo já o advertia quanto a estas coisas que hoje têm minado o “alicerce” da Igreja do Senhor. IITm 4.3,4.Está escrito.” Porque virá tempo em que não sofrerão as sã doutrina ; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme  as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando as fábulas.”
·         Música no culto da atualidade.
  Foi introduzido nas igrejas o chamado “Novo Louvor”, que tem como objetivo secularizar a música cristã, os defensores deste tipo de louvor dizem que os louvores do passado são muito difíceis de entender, e que os jovens precisam de coisas mais atuais para conhecer a Deus.  Quando se defende coisas desse tipo esquecemos-nos do que diz a Santa Palavra do Senhor. Heb. 13.8. “Deus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente”. No momento em que eu concordo que precisamos de coisas novas para servir ao Senhor, estou menosprezando os escritos Sagrados e criando para mim uma nova doutrina e um novo cristo (Com dê minúsculo mesmo).
·         Princípios desprezados nos Louvores (Músicas) Atuais.
      I.        Louvor (Música) Estético(a). Desprezam a presença de Deus. É um requisito Divino de que o louvor seja exclusivamente em Espirito e em verdade. EV.João(4.23,24).
A forma de louvor como culto nos tem apresentado o que podemos chamar de verdadeira arte “circense” onde os “artistas de Jesus” entram em suntuosos palcos, com suas roupas extravagantes e começam a gritar palavras de ordem para o público, que de forma ignorante repete tudo o que lhe é mandado, nestes tipos de cultos fica evidente a performance do ser humano, em momento algum Deus é louvado, é o verdadeiro culto irracional, onde estão ausentes a capacidade de raciocínio, o conhecimento da Palavra de Deus e o Verdadeiro temor á Deus.
    II.        Louvor (Música) Extasiante. Desprezam a presença do Espirito Santo como condutor de Nossas vontades. SL. 33.3. Diz” Tocai bem e com júbilo. O Salmista orienta a tocar com arte e técnica .
Este tipo de louvor (Música) promove um substituto para o louvor racional. Este tipo de louvor (Música) tem como objetivo o estimulo das emoções, a fim de produzir um estado emocional exaltado e artificial. Esse tipo de adoração procura atingir um caloroso sentimento de felicidade, uma grande empolgação e, até, uma sensação da presença de Deus. Uma verdadeira loucura em nome da adoração, algumas religiões indianas utilizam-se das mesmas técnicas; muito movimento, gritarias
 intermináveis a fim de tirar a completa consciência do individuo, e assim fazer dele o que quiser, na igreja está diferente?
   III.        Louvor (Música) Profano(a). Desprezam a Santidade do Nosso Deus. O grande desvio dos princípios Bíblicos com relação ao culto na atualidade, consiste em não observar o enorme abismo entre o Sagrado e o profano, de modo que as diferentes formas e entretenimento mundano são importadas para a igreja e usadas na adoração a Deus. Que tal participar de um culto onde os músicos tocam “Rock de Jesus, Funck Gospel, Pagode Gospel?.
São ritmos profanos que foram introduzidos nas igrejas sob a égide do “não tem nada a ver”, alguns chegam ao cúmulo de citar o Salmo 150 para dar azo as suas loucuras.
O que quer dizer “culto racional” em Romanos 12:1?
Apresentar os nossos corpos a Deus é o nosso “culto racional” (Romanos 12:1). Qual o significado desta expressão? Para entender o termo usado por Paulo, devemos compreender as duas palavras que ele empregou.
Culto traduz uma palavra grega (latreia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada 2ª Edição, é traduzida “culto” em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço. Pode ser o serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. Assim, a palavra culto, em nosso uso hoje, corretamente descreve o serviço dado ao Senhor quando cristãos o adoram. Mas, a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência que honre o nome de Deus.
Racional vem da palavra grega logikos. Nesta palavra, não é difícil ver a ideia da lógica ou raciocínio. Este adjetivo aparece, no Novo Testamento, somente aqui e em 1 Pedro 2:2, onde descreve o leite espiritual. A forma do substantivo (logos),
porém, aparece mais de 300 vezes no NT, e é traduzida por termos como palavracontaensinamentomododitadotestemunhoverbo, etc. A ideia principal tem a ver com discurso e raciocínio.
O que é, então, o nosso culto racional? Uma vez que entendemos o que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em obediência e serviço. O uso da palavra “pois” em Romanos 12:1 mostra que este serviço razoável se baseia nas coisas ditas anteriores. Paulo acabou de falar sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos deu a salvação de graça (Romanos 11:33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.
Romanos 12:1 frisa um fato importante no estudo da palavra de Deus. O Crente deve ter uma vontade sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na santidade e no viver. O conhecimento da palavra de Deus exige uma aplicação prática : “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1.22)
Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, Santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. RM 12.1.
O termo ‘racional’ remete a raciocínio. Parece bastante óbvio. Assim como também, por associação, se entende que somente os seres humanos podem apresentar tal culto, visto que somente eles possuem raciocínio. Os anjos também possuem raciocínio, porém, por natureza não possuem corpo, visto que são espíritos (Hebreus 1:14). Paulo está falando aqui exclusivamente à igreja.
O vocábulo correspondente na versão original o grego “logikên latreian”, ou seja, ‘culto racional’, também pode ser entendido, sem prejuízo, como ‘culto lógico’. De fato, há lógica na racionalidade e vice-versa. Quem acha que essas coisas trazem prejuízo à fé, precisa rever seus conceitos.
O que Paulo está querendo dizer à igreja de Cristo?
Por suas colocações vemos que há uma preocupação do apóstolo em mostrar aos irmãos a necessidade de que se realmente entenda a natureza de tudo isso, no caso, a igreja.

Por que estou aqui? Quem me trouxe aqui? O que vim fazer aqui? O que estão me ensinando é verdade? São questionamentos que todos os crentes deveriam se fazer até que encontrassem respostas racionais para todos eles.

O contrário de culto racional é culto irracional. Ou seja, algo que é feito instintivamente, sem critérios ou razões que justifiquem os procedimentos adotados. Em um culto assim é praticamente impossível se seguir o que está escrito: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (I Coríntios 14:40) . É impossível que haja qualquer um dos dois componentes pedidos sem que se entenda a natureza de cada um. E é preciso racionalidade para que isso aconteça. Por isso Deus nos fez diferentes das demais criaturas, ou seja, nos criou à sua imagem e semelhança: para que o adorássemos em espírito e em verdade, conscientes de nosso ato e de nossa missão de adoradores.

O reino de Deus é um reino de decência e ordem. Não há espaço para improvisos de última hora. A construção da arca e do tabernáculo comprovam a mensagem de organização que Deus quer nos ensinar. Até na salvação haverá ordem (I Coríntios 15:23).
Esse é o padrão que deve ser perseguido pela igreja de Cristo. Deus se agrada de uma obra organizada.
Em dias atuais podemos identificar como grande adversário desse padrão, o excesso de emocionalismo que tem se alastrado no meio cristão. A busca incessante pelo êxtase e pela experiência sobrenatural e anti-biblica, a incorporação de ‘anexos’ doutrinários à Palavra de Deus, como se esta não fosse suficiente e os modismos importados recheados de técnicas mirabolantes de quebra de maldições e encontros obscuros são os componentes deste fim de séc. XX e início de séc. XXI.

 O que não é uma surpresa, Paulo já alertava que essas coisas fatalmente aconteceriam (I Timóteo 4:1).

Nesse caldeirão doutrinário sem consistência – já que não se sustentam biblicamente – as pessoas estão se dirigindo às igrejas sem saber exatamente o que vão fazer por sua espiritualidade. Vão dançar, cantar, aplaudir, gritar, enfim, sem entrar no mérito dessas questões, quase sempre falta o elemento principal: a Palavra de Deus. Entram e saem alegres e exaustas. O problema é: entenderam a mensagem? A palavra que foi pregada edificou suas vidas? Deus falou com elas através de seu evangelho? Se à maioria dessas perguntas as respostas forem algo como “acho que sim”, algo está fora do lugar.

Cultos de estudo são sempre vistos como ‘enfadonhos’ e ‘entediantes’. Já pensou, passar quase uma hora apenas consultando referências na Bíblia? Que chato, não? Agora observe Neemias 8:3 “E leu no livro, diante da praça, que está fronteira à Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres e os que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.” Estudo bíblico das seis da manhã até o meio-dia. Após isso, inclinaram-se, e adoraram o Senhor com o rosto em terra. Que lindo, não?

Uma proposta dessas nos dias de hoje seria impensável. Mas se o trabalho for uma celebração com um nome da moda, aí somente um dia inteiro é pouco.

A questão é que não há culto racional sem o entendimento da Palavra. Os ‘avivalistas’ de plantão trocam a bíblia por apostilas preparadas especialmente para direcionar as pessoas para a conclusão que lhes interessa. Seguem o exemplo das testemunhas de Jeová. Alguém já viu um deles evangelizando com uma bíblia em punho? Não, só vão às ruas com exemplares de ‘sentinela’ e ‘despertai’ ou, quando muito, com seus livretos particulares.
Por isso Paulo fala em ‘sacrifício vivo’. Ou seja, sacrifício da vontade da carne para fazer a vontade de Deus. E  isso  requer  dedicação  à  sua  Palavra e  não  somente                                
 áquilo  que  dá  prazer, como  por  exemplo,  ir  para  um  retiro.  Requer  decência , ordem, Compromisso e organização.

Parece que uma excelente maneira de se aferir o crescimento na "graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo" é pelo quanto somos gratos ao Senhor no dia a dia. Mas, sem dúvida alguma, tal crescimento se torna mais excelente e saudável, quando louvamos nosso Deus pelo que Ele fez ou está fazendo em favor de outros irmãos. 

·         O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO

  A tipologia de Jesus no livro de Levítico está nas cinco ofertas e nas Festas Judaicas do Lv. 23. Ali, Deus, deu as instruções sobre o cerimonial de Levítico que representa todos os detalhes da obra de Jesus Cristo na cruz. Levítico é dedicado à adoração de Deus pelo povo resgatado, como se vê pela frequente ocorrência das palavras relacionadas com santidade e sacrifício. As cinco ofertas são descritas nos capítulos 1 a 7 e explicam tudo que foi realizado no calvário. Não há nenhum livro do Velho Testamento que nos faça melhor compreender o novo e da mesma forma nos conduzir a cruz, que o de Levítico.  Ele é o “Evangelho do Velho Testamento”. Se quiser perceber, do modo mais claro possível, a relação vital entre o velho e o novo Testamento, estude esse livro. Se quiser adquirir um sentimento mais profundo de horror ao pecado e entender a sua hediondez, estude Levítico. Se desejar entender mais enfaticamente a necessidade da cruz, estude Levítico. Se desejar adquirir uma apreciação mais profunda da santidade, da misericórdia e da graça de Deus, então comece a estudar os fatos a respeito das cinco ofertas. O livro começa com a voz do Senhor chamando Moisés da Tenda da Congregação Lv 1.1. Todas as ofertas foram ordenadas ainda que fossem voluntárias. As cinco ofertas em ordem: 
1 – O Holocausto. Com sangue, Lv 1.1-17 e 6.8-13.
2 – A Oferta de Manjares. Sem sangue, Lv. 2.1-16 e 6.14-23.
3 – A Oferta Pacífica. Com sangue, Lv. 3.1-17 e 7.11-34.
4 – A Oferta pelo Pecado. Com sangue, Lv. 4.1-35.
5 – A oferta pela Culpa. Com sangue, Lv 5.14-19.

1- Cristo como Holocausto. Lv 1.3, oferta queimada – Holocausto – A primeira oferta descrita em Levítico é o Holocausto. O termo hebraico para Holocausto é “Olah”, que significa “fazer subir”. Na vulgata aparece como holocaustum. O sentido geral da oferta é que ela subia para Deus como cheiro suave e era totalmente queimada. Em primeiro lugar tipificava Cristo oferecendo-se sem mácula a Deus tinha satisfação em fazer a vontade do Seu Pai, ainda que na morte. Em segundo era um sacrifício expiatório. O crente não teve este prazer na vontade de Deus. E em terceiro foi substitutivo (v.4) porque Cristo o fez em lugar do pecador. Em Levítico 1.3-5 observa-se: “sacrifício queimado” e “voluntário” para que fosse aceito. As exigências de Deus quanto aos animais que eram aceitos para os sacrifícios estão reiteradas em Lv 22.18-20, 22, 24-25 e indicam que estes sacrifícios deveriam ser fisicamente perfeitos. Os quatro tipos de animais tipificavam a obediência perfeita de Cristo. São eles:
a – O novilho – Tipo de Cristo como servo paciente e sofredor (ver Hb 12.2,3). Obediente até a morte (ver Is 53.1-7 e Atos 8.32-35).
b – O cabrito – Tipo do pecador (ver Mt 25.33, 41-46). Sacrificialmente, Cristo foi contado entre os transgressores (ver. Is 53.12). Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós (II Co 5.21). O Santo de Deus foi feito “maldição” em nosso lugar (Gl 3.13) quando foi pregado na cruz.
c  - As aves: rola e pomba – São naturalmente símbolos da inocência (Is 38.14,  59.11, Mt 23.37, Hb 7.26).  Estão associados com a pobreza em Lv 5.7, 12.8 e falam dEle que por amor a nós se tornou pobre (Lc 9.58). Esse caminho voluntário para a pobreza começou quando se esvaziou de Sua glória pré-encarnada e terminou no sacrifício através do qual nos tornamos ricos (II Co 8.9, Fp 2.6-8, Jo 17.5).
      Em Levítico 1.8-9, fala das ofertas queimadas de aroma agradável. São assim chamadas porque tipificam Cristo em Suas próprias perfeições e em Sua devoção afetuosa para com a vontade do Pai.
Estes graus de sacrifício típicos testam a medida de nossa apropriação dos variados aspectos do único sacrifício de Cristo na cruz. O cristão amadurecido vê o Cristo crucificado em todos estes aspectos.
2 – Ofertas de Manjares descritas em Lv 2.1-16, 6.14,23, Sl 16.  
Muitas são as características dessas ofertas nos seus aspectos:
a – Flor de Farinha. Descreve a uniformidade e equilíbrio do caráter de Cristo. Para que se obtivesse uma farinha de qualidade, era necessário um esmagamento do trigo.  Isto faz lembrar o sofrimento de Jesus na cruz.
b – O fogo. Descreve a prova de Seu sofrimento até a morte.
c – O incenso. Descreve a fragrância  de Sua vida diante de Deus. Em Ex 30.34 se observa também Sua pureza infalível.
d – A ausência de fermento. Tem a ver com Sua atitude para com a verdade (Jo 14.6).
e – A ausência de mel. Tem a ver com a origem de Sua doçura. Esta não era natural. A natural pode existir totalmente à parte da graça.
f – O azeite misturado. Simboliza Cristo nascido do Espírito Santo (Mt 1.18-23).
g – O azeite por cima. Simboliza o batismo com o Espírito Santo (Jô 1.1-32, 6.27).
h – O forno. Simboliza o sofrimento invisível de Cristo. Sua agonia interior (Mt 27.45,46, Hb 2.18).
i  – A assadeira. Tem a ver com os Seus sofrimentos mais evidentes (Mt 27.27,31).
j – O sal. Explicita a pungência da verdade de Deus àquilo que impede a ação do fermento. O sal é um elemento tão importante que além de preservar, simboliza a eterna e incorrupta aliança com Deus.

3 – Ofertas Pacíficas. Lv 3.1-17, 7.11-33 e Sl 85
Toda a obra de Cristo em relação a paz do crente está aqui tipificada. Representa a oferta pacífica – a comunhão com Deus. Cristo:
a – Fez a paz (Cl 1.20)
b – Proclamava a paz (Ef 2.17).
c – Ele é a paz do cristão (Ef 2.14). Em Cristo, Deus e o pecador se encontram em paz. Porque? Por que Deus é propício e o pecador é reconciliado. Ambos são igualmente satisfeitos com o que Cristo fez. Tudo isto tem o preço de sangue e fogo. Veja os detalhes dessa oferta. O termo “pacífico” traduzido é “shelami” do verbo “shalom” e significa ser completo, estar em paz, fazer paz. Por outro lado, podia reafirmar a comunhão com Deus. Era a festa de comunhão daqueles que andavam em harmonia com o Senhor, com o próximo. Eis os motivos da oferta pacífica: ações de graça, votivas e volutárias. O banquete, como ponto alto da oferta, fala da comunhão, da paz, da harmonia. E o fato de se comer desse banquete junto, tipifica a união entre Deus e o homem. A oferta pacífica é apresentada como alimento próprio dos sacerdotes (Lv 7.31-34). Observe que é do peito (os afetos) e dos ombros (a força) que os cristãos como sacerdotes (I Pe 2.9), se alimentam em comunhão com o Pai. Em Lv 7.11-13 inspira o cristão a apresentar uma oferta de gratidão a Deus (Rm 12.1).
 4 – Oferta pelo Pecado. Lv 4.1-35.
 A oferta pelo pecado simboliza Cristo sobrecarregado com o pecado do crente. Isto é Cristo ocupando absolutamente no lugar do pecador. É a morte de Cristo conforme vista em Is 53, Sl 22, Mt 26.28, I Pe 2.24. Ele foi feito pecado pelo pecador. As ofertas pelo pecado são expiatórias, substitutivas e eficazes, conforme Lv 4.12, 29, 35. A oferta pelo pecado é queimada fora do arraial e tipifica o aspecto da morte de Cristo.
Passos do ritual do sacrifício pelo pecado:
a – Apresentação da vítima. Conforme Lv 4.4, 14, 23, 28. É a decisão do devedor.
b – A imposição da mão. Conforme Lv 4.4, 15, 24, 29 simboliza a confissão do pecado.
c – O ato de imolar o animal. Conforme Lv 4.4, 15, 24, o pecador tem um substituto.
d – A apresentação do sangue. Conforme Lv 4.4-7, 16-18, 25, o pecador é favorecido pelo sangue.
e – A gordura queimada do animal. Tudo agora pertence a Deus (Rm 12.1).
f – O tratamento da carne do animal. Conforme Lv 4.11,12, significa vida limpa, santidade completa (Rm 8.3).
5 – Oferta pela Culpa.
Tem em vista a injúria que o pecado opera. igualmente, a oferta pelo pecado tem em vista a culpa do indivíduo.
Aqui se considera a dívida de cada ser humano por direito para com Deus conforme Lv 5.6 e Sl 51.
Diferenças entre a oferta de pecado e a oferta de culpa: O pecado, aqui, significa condições de  impureza e fraqueza. Já a culpa, é um ato, uma dívida. O pecado é a natureza má. A culpa é o erro. O pecado torna o pecador rejeitado por Deus pelo que é. A culpa pelo que ele faz (Is 41.24). Este é o valor do homem para Deus,  menor do que nada. Por isso precisa da oferta de pecado, para se habilitar perante Deus. As obras dos homens perante Deus nada valem. Por isso ele precisa da oferta de culpa para pagar sua dívida. Por tudo isso, Deus fez Jesus Cristo, Seu Filho,  pecado por nós. Ler Hb 9 e 10 e II Co 5.21. O Salmo 69 é o Salmo da oferta de culpa. O valor da obra de Cristo no calvário, cumpriu simbolicamente em todas as ofertas de Levítico.
·         O CULTO ANTES DA LEI
Antes da formação do povo de Israel e da entrega da lei, já se tinham formas de adoração. Nas escrituras sagradas, a primeira menção efetivamente feita sobre um culto no antigo testamento é a de Gn: 4. 2 – 7. Não se sabe o tempo nem o local em que fora ofertado o culto, porém sabe-se claramente que o de Caim foi rejeitada e a de Abel aceito. Neste primeiro relato bíblico acerca de um ato efetivo de adoração, encontramos Caim trazendo uma oferta ao Senhor, fruto da terra, e Abel trazendo dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (Gn: 4. 3, 4). Diz a Bíblia que a oferta de Abel foi vista por Deus, pois ele deu o melhor. Sobre esse episódio, o Dr. Russell Shedd comenta que a oferta de Abel agradou mais do que a de Caim, não porque tivesse cumprido as exigências materiais, mas porque o coração de Abel estava em harmonia com o coração de Deus. (SHEDD, 2001, p.46) Esta é uma indicação primitiva no texto bíblico que aponta para a necessidade de que o adorador adore em espírito e verdade. As escrituras não fazem nenhuma menção de como fora a liturgia deste culto: não é registrado se eles oraram, se cantaram, ou se falaram alguma palavra, mas, o mais importante está registrado: a atitude divina diante deste culto. Não se tem também nenhum registro de algum sacrifício antes deste episódio e desconhece-se tal atitude nesta época.
·         O CULTO DEPOIS DA LEI
Moisés inaugurou uma nova etapa nas práticas de cultos dos primeiros servos de Deus. Começou quando ele conduziu o povo de Israel para fora do Egito, e se estendeu até a era dos juízes. Durante os tempos dos juízes, o povo de Deus ainda adorava em tendas e em tabernáculo. Somente quando Davi foi coroado rei, que se fizeram planos pára a construção de um templo. Houve uma série de atividades acrescentadas nesta nova etapa. Quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés, deixou bem claro o seguinte:
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem. (Êxodo 20.3-5)
Neste texto encontramos as palavras encurvarás e servirás, as quais significam atitude de culto. O serviço como culto, traduzido do grego, significa serviço sacerdotal. Serviço também pode ser tradução de “latreia”, encontrado no texto de Mateus 4.10, quando Jesus rebate a Satanás, dizendo: “...Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Neste texto, o servirás vem de “latreuseis”, enquanto que o adorarás vem de“proskuneseis”, que é também uma palavra grega com significado de culto. Começa assim a descrição de uma série de outras ordens para a realização do culto pós-lei.
·         O CULTO NO NOVO TESTAMENTO.
As mudanças do culto no novo testamento só foram realizadas com o estabelecimento oficial do cristianismo em contraste com o judaísmo. No tempo de Herodes, o grande, filho de Herodes Antipatro, a quem Júlio César, imperador romano, no ano de 47 a.C, escolheu para governar a Judéia. Herodes, o grande, anunciou a construção de um terceiro templo em Jerusalém. Sacerdotes, especialmente treinados, foram designados para acompanhar as etapas desta construção, a fim de terem a certeza de que o novo templo estaria de acordo com a planta dada a Moisés.
Durante as perseguições e exílios de Israel, muitos dos judeus estavam muito distantes de Jerusalém para cultuarem. Mas eles não deixaram de cultuar e estabeleceram os cultos nas sinagogas locais. Os cultos então, nos tempo de Jesus eram realizado nas sinagogas e no templo. Jesus e os apóstolos participaram de ambas (Mt: 4.23; 23.6; 23.1; 12.6; At: 15.21; 17.17; 26.11). No templo eram realizadas as festas mais importantes em Israel, e todo o ritual de sacrifícios mosaicos. Nas sinagogas eram realizados os cultos no dia de sábado, estudo da lei, orações, leituras dos profetas e as bênçãos.
Com a ascensão de Cristo, os cristãos tomam uma nova postura no sistema de culto. Eles trocaram as sinagogas judaicas pelo templo e pelas casas dos crentes. Em todo o novo testamento tem-se uma infinidade de textos que demonstram estas reuniões (Lc: 24.53; 2.46; 5.42; 20.7,8; I Co: 16.19; Fl: 2).
Enquanto que no judaísmo o local, e o ritual eram extremamente seguidos, na nova aliança uma  outra  roupagem revestiu o culto cristão.
Jesus encontra a mulher samaritana junto ao poço. Ele lhe oferece água viva, a qual ela deseja. Mas Jesus traz a tona alguns problemas que ela estava enfrentando nos seus dias: já tivera cinco maridos, e o que agora estava vivendo não era o seu. Ao ouvir isto, ela muda totalmente o foco da conversa, e passa da moralidade para a religião, perguntando se o lugar certo para a adoração era em Samaria ou Jerusalém (Jo: 4.20). Jesus inicia sua resposta afirmando que dias chegariam que nem naquele monte, nem em Jerusalém o pai seria adorado. Apesar disto Jesus se alinha aos judeus dizendo que eles adoram o que não conhecem; nós (os judeus) adoramos o que conhecemos, por que a salvação vem dos judeus (Jo: 4.22). Nestes aspectos, pode-se tirar a conclusão de que conhecimento conta na hora do culto. Os samaritanos, e por implicação todo o povo, precisam olhar para os judeus, em particular para o livro dos judeus (velho testamento), a fim de aprenderem como adorar a Deus. Então Jesus repete a substância do verso 21 acrescentando: “mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito e em verdade; Deus é espírito, e importa que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade”. (Jo: 4.23,24).
Jesus, neste texto, acaba com todo o ritual do velho testamento em centralizar a adoração em lugares e coisas. Ele está marginalizando o aspecto exterior e está dando importância ao interior. Se o lugar não tem mais importância, todo o sistema está ultrapassado. Em Jerusalém ficava o templo com os sacerdotes, o altar e os sacrifícios. Contra todas estas formas estereotipas e tipológicas da verdadeira adoração, surge um novo pacto de adoração que é agora oferecido em ‘espírito e em verdade’. Isto significa que, por Deus ser espírito, a adoração deveria ser realizada no coração, espírito e motivações corretas (em espírito), e estar de acordo com a revelação divina (em verdade). Isto implica dizer que, na adoração,
Há o lado do coração e o lado do conteúdo, da forma. Ambos são inseparáveis e necessários. Simplesmente não interessa apenas sinceridade, mas a forma de expressão é um item necessário. Vários exemplos de sinceridade são demonstrados em toda a bíblia em relação à adoração, mas muitos deles foram reprovados (Gn: 4. 2 – 7; I Rs: 18.25 – 29).
Conclusão.
A missão de apresentar a Deus um culto racional carrega em seu bojo uma grandíssima quantidade de atitudes, tanto Espirituais, como também físicas.
Vivemos em um mundo completamente corrompido, onde as bases do verdadeiro culto racional foram desviadas, não há mais a mínima noção do que é adoração a Deus. O que se tem visto nos púlpitos das igrejas é uma verdadeira baderna, homens formadores de doutrinas para si mesmos, louvores completamente corrompidos onde suas letras visam sempre, prosperidade, riqueza, etc. Nestes tipos de adoração, Deus tornou-se apenas um objeto em segundo plano. O que fazer?
Bibliografia.
Bíblia Sagrada. ARC.
Dicionário Teológico. Corrêa de Andrade,Claudionor.
Evangelhos que Paulo jamais pegaria. Sanches Zibordi,ciro.
Louvor em crise. Masters, Peter.
Sitios. Pr. Cândido Diniz, Ananias
    Drº. David Clines

charlessilva73@yahoo.com.br-Mestre em Teologia. Fast Filemon-Faculdade Superior de Teologia,

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