Panorâmica da carta de Paulo aos Gálatas.

Introdução:  A obra de Paulo na Galacia tinha sido extremamente bem sucedida, muitas pessoas, principalmente gentios haviam aceitado a Cristo como Salvador com muito entusiasmo. Algum tempo depois de Paulo ter partido da Galácia apareceram certos mestres judeus insistindo em dizer que os Gentios conversos não podiam ser Cristãos sem também observar a lei de Moisés, diante da pressão, sem a presença do Apóstolo Paulo, os gálatas acabaram aceitando a doutrina propagada pelos judeus, com a mesma sinceridade com a qual haviam aceitado o Evangelho de Cristo. Houve uma  epidemia de circuncisões entre esses cristãos gentios. Tudo isso se opunha ao que Paulo ensinava e, dessa forma, os judaízantes negavam a autoridade do apóstolo e seus ensinos, uma vez que não havia feito parte  do grupo dos doze apóstolos e nem andara com Jesus. Logo, esta carta é uma defesa veemente do seu apostolado, o que fica bem claro logo no primeiro verso. Cf. 1.1;10-17. É também uma tentativa de Paulo de reconduzir  os gálatas a verdadeira fé.

Esta carta foi escrita em 58d.C, alguns acham que a carta foi escrita em Antioquia por volta de 49d.C , pouco depois do primeiro regresso de Paulo da Galacia e antes do Concilio de Jerusalém em 49/50dC. O concílio escreveu uma carta ás Igrejas de Antioquia da síria e da Cilícia, declarando que a circuncisão não era necessária, Cf. Atos 15.1;16.4. Se Paulo tivesse escrito a carta após essa ocasião, poderíamos esperar que mencionasse a decisão do concílio de Jerusalém. Por outro lado, a afirmação ”Lhes preguei o Evangelho pela primeira vez”Cf. 4.13, subtende  que o Apóstolo estivera na galacia  pelo menos outra vez, fato que favorecia uma data posterior para a carta depois de sua segunda viagem missionária, talvez 51/52 ou53 dC.

Esboço da Carta.

·         1.1,2,10-12.  Pessoal  - Revelação do evangelho.

·         2.14,15;4.30,31. Doutrinário – Justificação.

·         5.1; 6.18. Prático -  Santificação.

Contrastes na Carta.

·         Cap. 1-2 – Pessoal.                      

              Perdidos em Adão.                                                 Salvos em Cristo.

              Todos morrem fisicamente em Adão.                 Todos vivem Espiritualmente em Cristo.           

              Outro (Falso)  Evangelho.                                       O Legítimo Evangelho.

Raciocínio do homem.                                  Revelação de Deus.

·         Cap. 3-4 – Doutrinário.

              Lei.                                                 Graça.

             Obras.                                             Fé.

             A Maldição da morte.                 A Benção da Vida.    

             A condenação pelas obras.        Justificação pela Fé.       

             Servos sob Jugo (Derrota).         Filhos em Liberdade(Vitória).  

A Antiga Aliança(Simbolizada por Hagar)   A Nova Aliança(Simbolizada por Sara).

·         Cap. 5-6 – Prático.

           Viver na carne.                                                          Andar no Espírito.

          Obras da carne.                                                         Fruto do Espírito.

          Perder a Graça.                                                         Permanecer Firme na Graça.    

         Mundo ou ego como objeto de Glória.                 A cruz como único objeto de Glória   

    Esta carta  nos apresenta de forma clara e precisa a transposição da Lei para Graça mediante a Fé, o apóstolo procurou mostrar que a Lei  contribuiu de alguma forma para apontar o calvário e através dele a salvação em Cristo Jesus.

1.       A Lei exigia a entrada  do Sacerdote no Santuário para o derramamento de sangue de animais em sua intercessão pelo povo.

2.       Pela Graça  Cristo derramou seu Sangue na cruz por todos nós, não precisamos mais de sangue de animais. 

3.        A Lei dizia que no lugar Santíssimo só o sumo Sacerdote poderia entrar anualmente, pois, ali simbolizada pela Arca da Aliança estava a presença do próprio Deus, o lugar Santíssimo estava separado do lugar Santo por um Véu.

4.       Pela Graça a morte de Cristo rompeu o véu  de alto a baixo, nos possibilitando  acesso direto ao Pai Celestial.      

5.       A Lei é representada por Hagar.

6.       A Graça é representada por Sara, a qual detinha a promessa da parte de Deus de dar um filho a Abraão.

7.       A Lei  aponta para o Monte Sinai.

8.       A Graça aponta para o calvário.

9.       A Lei menciona a Jerusalém Terrestre.

10.   A Graça Menciona a Jerusalém Celestial.

11.   A Lei fala da carne.

12.   A Graça  fala da Promessa Divina.

13.   A Lei apenas encobria a transgressão.

14.   A Graça pelo Sangue de Cristo nos purifica completamente de todo o pecado.

                                                   

 Características Especiais.

Ø  Defesa do Evangelho. 1.11;2.20.

Ø  Defesa de uma vida pela Graça Divina e não pela Lei.  3.23;4.7.

Ø  Descreve os frutos do Espírito e as obras da carne.  5.19-23.

Saudações Finais.

Paulo encerra esta epístola reafirmando a superioridade do sacrifício na cruz ante a Lei dada a Moisés no Monte Sinai. Cristo é superior ao antigo Pacto, Gloria a Deus.

Amém.