sábado, 2 de novembro de 2013

FESTAS JUDAICAS.
INTRODUÇÃO: A festa é uma das formas de se representar um povo. Neste tipo de evento  pode-se conhecer um pouco dos hábitos dos moradores de um determinado local , bem como suas tradições. Com Israel não foi  diferente, através de suas principais festas podemos conhecer um pouco da cultura deste povo,  bem como sua devoção ao Deus todo poderoso.

 As festas Bíblicas diferem quanto a origem, o proposito e o conteúdo. Para os Israelitas, as estações eram obras do Criador para beneficio do homem. Manifestavam as beneficências de Deus para com suas criaturas. Por esses festivais o homem não apenas reconhecia a Deus como seu provedor mas também relembrava o livre e ilimitado favor do Senhor para com o povo escolhido a quem libertara, por sua intervenção pessoal neste mundo.    
    Israel tinha três grandes festas anuais celebradas no período antigo. Mais tarde nos últimos séculos do Antigo Testamento, o calendário religioso foi carregado de novas festas.  Trataremos primeiramente das três festas mais antigas.
1.FESTA DOS PÃES ASMOS / PASCOA.  hb. hagh hamaççôth, 
Durante esta festa havia dois tipos de celebrações, o pão asmo e o sacrifício do cordeiro.

  I. Os Asmos/Ázimos. Os Ázimos, massot, são pães sem fermento, a festa dos  massots marcava o principio da ceifa da cevada, que era feita primeiro.  Durante sete dias, se come do pão feito com os grãos novos, sem fermento, isto é, sem nada que venha da colheita anterior, é um novo começo. A festa tem o caráter de uma primeira oferenda das primícias.
Esta é uma festa agrícola que só começou a ser celebrada após a entrada em canaã. Lv.23.10.
Sendo uma festa agrícola, ela dependia do amadurecimento da colheita e não podia ter data mais precisa que “ o mês da espigas”, o mês de abibe. Êx.23;34.
II.  PASCOA(Pesah). Era um festa anual  celebrada no dia 14 do mês de Nisã, o que corresponde  em nosso calendário ao mês de Abril. Esta festa foi estabelecida para comemorar o livramento histórico da escravidão no Egito.  O ritual de cumprimento desta festa, implicava  na morte de  um cordeiro macho de um ano, que deveria ser imolado ao entardecer. Deveria ser assado sobre o fogo por inteiro, com a cabeça, as pernas, e a fressura intactas, sem quebrar-lhe os ossos. Deveriam comê-lo à noite, acompanhado de pão sem fermento, e ervas amarga, e o que sobrasse deveria ser queimado ao amanhecer.  A refeição deveria ser feita as pressas com as sandálias nos pés, os lombos cingidos e o cajado de viagem na mão. O sangue do cordeiro deveria ser passado nas vergas e nos umbrais das portas, para que quando o anjo da morte passasse sobre o Egito, visse o sangue e livrasse aquela família  da sentença Divina. Êx. 12.
   2. A FESTA DAS SEMANAS/PRIMICIAS/PENTECOSTES. Hb. Haghshabhuôth. Êx.23.16;;34.22;Gn.30.14;Jz.15.1;1ºSm.6.13;12.17;Dt.16.9,10,11;   Nm.  28.26;Is.9.2  Esta festa é conhecida como festa das primícias, das Semanas ou Pentecostes, marcava um dos grandes períodos do calendário agrícola da Palestina,  e o calendário de Gezer. Esta festa é chamada simultaneamente “Festa das Semanas” e “Festa das Primícias”, bikkurim.    A partir do dia seguinte ao sábado em que é apresentado o primeiro feixe, contam-se sete semanas completas até ao dia seguinte ao sétimo sábado, isto é, cinquenta dias.  Πεντηκοστή, o “quinquagésimo” dia, o Pentecostes, do qual se acham as primeiras menções.  A cerimonia característica era a  oferenda de dois pães de farinha nova cozida com fermento. Essa oblação excepcional destaca o caráter  agrícola  da festa e sua relação estreita com o “ massot”; no principio  da ceifa, comem-se pães sem fermento, em sinal de renovação, no fim da ceifa do trigo, oferece-se pão fermentado, o pão de todos os dias na casa do sedentário. 
Após o exilio os Judeus passaram  a observar essa festa no templo, em Jerusalém, tornando-se a segunda das três festas anuais em que o povo afluía para essa cidade. Essa era outra ocasião festiva em que, além das cerimonias religiosas, havia muita comida, bebida e musica. Esse dia teve um significado todo especial para a historia do cristianismo, pois marcou o inicio de uma nova fase para o        evangelho. Após a ascensão de Jesus Cristo, os crentes retornaram  a Jerusalém para ali aguardarem novas instruções.At.2.1-4

3. FESTA DOS TABERNÁCULOS/DASTENDAS. Hb.hagh hassukkôt.  A terceira das grandes é  chamada nas traduções em português, a festa dos Tabernáculos ou  das tendas ou das          cabanas . “Tabernáculos” é uma transcrição do termo empregado pela vulgata. “Tendas” , que é uma tradução desse vocábulo latino, diz algo, mas induz em erro: a celebração da festa nunca teve armação de “tendas” A festa tinha dois aspectos distintos . 
I.  Parte dela era consagrada ao louvor e ações de graças. O toque das trombetas convocava o povo que se postava nas ruas para assistir a marcha dos Sacerdotes que iam ao tanque de Siloé, enchiam uma vasilha de água e depois rumavam para o templo e derramava m no altar. A finalidade desse ritual era dar graças á Deus pela água, e suplicar-lhe as chuvas de inverno, necessárias a uma colheita abundante na primavera e no verão. Muitos desses celebrantes levavam ramos de palmeiras nas mãos, como símbolo de reconhecimento pela boa colheita obtida.
II. Os festejos eram o ponto alto dessa festa.  À noite as multidões festejavam com banquete e ainda cantava m, dançavam e caminhavam pelas ruas carregando tochas. Nesses momentos demostravam sua gratidão a Deus, desfrutando as coisas boas da vida e o prazer de gozarem da companhia uns dos outros.
Essa festa tinha duração de sete dias, sendo que o primeiro e o último dia eram com vocações santas. As frutas eram colhidas e o povo habitava em  “cabanas” feitas com ramos de galhos de árvores. Lv.23.39-43; Nm 29.12-38.
Como antigamente a páscoa e tardiamente as Semanas, a festa das Tendas foi associada  a um evento da história da salvação: Os israelitas devem  habitar sob cabanas em memoria das “Cabanas”, sukkot, onde Deus fez seus pais habitarem após a saída do egito. Lv.23.43.
Além das três principais festas celebradas pelos israelitas, existiam outras que foram anexadas ao calendário religioso nos últimos séculos  do Antigo Testamento.
1. O YOM  KIPPUR. É atualmente  uma das grandes solenidades do Judaísmo.
No principio da nossa era o Yom Kippurim, o “dia das expiações”, já tinha uma  importância  que ele   era chamado o “Dia” entre os dias, e este é o titulo que tem o tratado Yoma que a Mishná lhe consagra. Ele era celebrado, e ainda é, no dia 10 de Tishri(Setembro – Outubro). A bíblia  ensina  que nesse rito religioso Jesus assume a função  de sumo sacerdote.  Era uma ocasião de reflexão, de arrependimento nacional e de purificação dos pecados, também chamado ”Dia da expiação” . Após experimentar  profundos sentimentos de remorso e tristeza, os participantes se entregavam ás alegrias da festa dos    Tabernáculos.  O objetivo dessa comemoração era fazer uma pausa na vida e refletir sobre os pecados cometidos. Os fieis  meditavam também sobre os pecados da nação e sua condição espiritual, pois se considerava parte de um todo. Depois de fazer o exame da alma perante Deus, eles experimentavam o perdão de Yavé.
A comemoração tinha um lado  pessoal e um sacerdotal. Cada individuo tinha que observar um dia de Jejum, quando ninguém poderia trabalhar. Esperava-se que todos mantivessem um semblante serio, e quem não o fizesse poderia ser morto.  Era nessa ocasião em que o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos. Era a única vez no ano em que ele apresentava nessa parte do Templo. Ali ele entregava uma oferta que constava da mistura de Sangue de um boi e de um bode.
Em seguida, o sacerdote realizava  a cerimonia do bode emissário, que era escolhido por sorteio. Esse animal era chamado de “Azazel”, que significa “Emissário”. O sacerdote colocava as duas mãos sobre a cabeça do animal  e em seguida confessava  os pecados de Israel, dessa forma , simbolicamente os pecados estavam transferidos para o animal, que era em seguida solto no deserto para morrer. Lv.16.8-22.
2. A FESTA DE HANUKKÁ/HªNUKKÂ. As traduções mais modernas geralmente chamam esta festa de festa da dedicação  “inauguração,” ou         “renovação”, corresponde melhor ao nome hebraico, hanukkah, que os rabinos lhe deram e que ela conservou no culto Judaico. A festa era celebrada  durante oito dias a partir do dia 15 de Kisleu(Dezembro), com alegria. Além dos sacrifícios, carregavam-se tirsos, ramos verdes e palmas, cantavam-se hinos, mas cantavam sobre tudo o Hallel, salmos 113-118. Não era obrigatório fazer a comemoração da festa em Jerusalém, e assim a maioria das pessoas a comemorava   e m sua própria cidade. O sentido da festa era de que o povo se alegrasse e se divertisse junto aos familiares. A forma de comemoração era bem variada, muitos gostavam de colocar luzes nas  janelas(Por isso também ser conhecida como festa das luzes).Eles saiam as ruas para dançar e            cantar ao som de instrumentos musicais até tarde da noite. Era uma festa de triunfo, que deveria ser celebrada com grande entusiasmo. 
3. A FESTA DE PURIM.  Foi estabelecida por Mordecai no tempo do rei Assuero, a fim de comemorar o notável livramento dos judeus das intrigas de Hamã, sendo dia de festividade e regozijo.
A festa era celebrada nos dias 14 e 15 de Adar, para comemorar a revanche  dos judeus da pérsia sobre seus inimigos . A festa era precedida de um dia de jejum, no dia 13 de Adar. Ao  entardecer acendia-se lâmpadas em todas as casas e ia-se a sinagoga, os dias 14 e 15 eram dias de alegria . Ia-se de novo a sinagoga para ouvir a leitura do livro de Ester, a leitura era pontuada pelas imprecações dos ouvintes contra Hamã   e os ímpios em geral  e ela acabava com uma solene benção de Mardoqueu, de Ester e dos Israelitas.

Bibliografia.
Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos.  Willian L. Colleman. Ed. Betânia.
Novo Dicionário da Bíblia. VolII. Ed. Vida Nova.
Instituições de Israel no Antigo Testamento.  R. DE. VAUX. ED. Teológica.

Que o Deus todo Poderoso nos guarde e nos guia sempre no caminho da sabedoria. 

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